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PRIMEIRO LUGAR

Melhor azeite do mundo é produzido em Maria da Fé, município do Sul de Minas

Produto ganhou prêmios internacionais em países maiores produtores da Europa

Publicado em 05/06/2024 às 15:36

A edição limitada deriva de azeitonas colhidas no olival mais alto do Brasil (Foto: Erasmo Pereira/Ag/MG)

O melhor azeite do mundo é produzido no Sul de Minas Gerais, no município de Maria da Fé, nas imediações da Serra da Mantiqueira.

Os azeites produzidos em Minas Gerais na safra de 2024 seguem conquistando prêmios em concursos internacionais. Caracterizados pelo frescor e complexidade de sabores, os produtos têm acumulado, nos últimos anos, medalhas e menções em premiações realizadas em regiões produtoras tradicionais como Espanha, Grécia, Portugal e Itália.

O azeite Mantikir Summit Premium, produzido em Maria da Fé, conquistou, entre outros prêmios internacionais, o primeiro lugar na categoria “Produção Limitada”, até 2.500 litros, no Evooleum 2024. O guia dos 100 melhores azeites do mundo é organizado pela editora espanhola Mercacei e pela Associação Espanhola de Municípios Olivais (Aemo).

A edição limitada deriva de azeitonas colhidas no olival mais alto do Brasil (1900 metros). “O Summit Premium é nosso ‘Especial no Topo’, um blend de azeitonas Arbequina, Coratina, Grappolo 541 e Koroneiki, que tem conquistado pela complexidade de sabores. Além do Evooleum, obtivemos êxito em concursos em Portugal, na Grécia e na Itália, também com azeites varietais e outros blends. É o terroir de Maria da Fé, dos produtos de Minas Gerais, trazendo prêmios de outros continentes para o Brasil”, comemora Herbert Sales, proprietário da Fazenda Tuiuva, em Maria em Fé, onde fica o pomar premiado, e do Espaço Essenza, em Santo Antônio do Pinhal (SP).

O produtor conta que iniciou na atividade em 2015, quando plantou as primeiras oliveiras em Santo Antônio do Pinhal. “Em 2019, chegamos a Maria da Fé, nesta propriedade que tem uma altitude variando entre 1700m e 1900m. E já no ano passado, conseguimos um azeite espetacular. Neste ano, tivemos uma produção três vezes maior que em 2023, e produzimos este lote especial de altitude”.

A extração dos azeites foi realizada no lagar dos Olivais de Quelemém, também em Maria da Fé. “Fizemos a análise da qualidade do nosso azeite na Epamig e, além da baixa acidez, a complexidade de aromas chamou a atenção da equipe, e posteriormente, de azeitólogos, degustadores e avaliadores no mundo todo”, afirma Herbert Sales.

Para as próximas safras, o olivicultor projeta aumentar a produtividade sem incremento da área de cultivo. “O objetivo é na mesma área, com as mesmas plantas, produzir mais com manejo e adubação corretos. A altitude aqui favorece na suplementação de frio para as oliveiras e a metodologia que usamos se mostrou adequada”.

Os azeites Mantikir, inclusive o Summit Premium, podem ser adquiridos na Fazenda Tuiuva e na Associação dos Olivicultores do Contrafortes da Mantiqueira, em Maria da Fé (MG) e no Espaço Essenza, em Santo Antônio do Pinhal (SP), ou encomendados pelo telefone (12) 99687-3643.


PESQUISAS

A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), responsável pela primeira extração de azeite extravirgem no Brasil, tem acompanhado essa evolução na cadeia produtiva e buscado meios de atender às novas demandas dos olivicultores.

“A gente vem aprendendo com a cultura a cada ano, desenvolvendo técnicas de manejo, estudando o controle de pragas e doenças, a indicação de cultivares, o aumento na produtividade, já que a qualidade vem se firmando cada vez mais. Também temos evoluído na parte da agroindústria e nos serviços de processamento e análises da curva de maturação, para a indicação do ponto de colheita da azeitona, e da qualidade dos azeites”, afirma o pesquisador Pedro Moura.

Sobre as premiações, que ano após ano, colocam os azeites nacionais entre os melhores do mundo, o pesquisador aponta as características das regiões e os cuidados dos produtores como diferenciais. “Aqui na região da Serra da Mantiqueira temos a questão da altitude que oferece à planta as horas de frio necessárias, proporcionando um bom desenvolvimento e a produção de um azeite de qualidade. Outro fator é o processo produtivo empregado, o manejo, o cuidado que o produtor tem com as plantas”.

Para concluir, o pesquisador afirma que os prêmios conquistados apontam que a pesquisa está no caminho certo. “Ficamos muito felizes com o sucesso dos azeites do município e da região, porque isso é um reconhecimento do trabalho que está sendo feito. Quando um azeite é premiado, podemos identificar o sucesso da pesquisa, nas recomendações de plantio, na escolha das cultivares, no manejo. É claro que ainda temos muitos desafios, mas há muito a se comemorar”.

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