A produção agrícola de Pouso Alegre foi destaque no “Diário do Comércio”, importante veículo de divulgação de fatos econômicos nacionais. A matéria veiculada neste sábado (18), assinada pela jornalista Michelle Valverde, foca as culturas de morango e mandioca como agentes impulsionadores do agro e responsáveis pela geração de rendas e milhares de empregos no campo, fomentando toda a cadeia produtiva.
A cultura do morango apareceu na região há cerca de 50 anos, quando produtores buscavam uma alternativa de cultivo que se adaptasse às condições regionais, não demandasse muito espaço e tivesse valor agregado. Desde então, os processos e as estratégias aplicadas ao cultivo, a exemplo do uso de tecnologias em estufas e fertirrigação de bioinsumos, fizeram com que o morango produzido na cidade ganhasse cada vez mais reconhecimento.
No quesito distribuição, a maior parte da produção vai para grandes centros como São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR) e Belo Horizonte (MG), enquanto cerca de 25% circula nos supermercados e varejistas regionais.
Veja a seguir, a matéria divulgada:
O município de Pouso Alegre, no Sul de Minas Gerais, além de se destacar como um importante polo industrial, também é referência na produção agrícola. A cidade é a maior produtora de morangos de Minas Gerais e a terceira maior de mandioca. Além do clima favorável e investimentos em tecnologias, a produção também é estimulada pelas indústrias instaladas no município, como laticínios, empresas fabricantes de farinhas e alimentos variados, como a Mãe Terra.
Conforme o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pouso Alegre, José Carlos Costa, Pouso Alegre e região em torno vêm se destacando na produção de morango e mandioca.
“Temos um parque industrial diverso que demanda boa parte da produção de mandioca. No caso do morango, além da demanda dos laticínios, a fruta, que tem alta qualidade, também é vendida para as centrais de abastecimento”.
POUSO ALEGRE É O MAIOR PRODUTOR DE MORANGOS DO ESTADO
De acordo com os dados do Balanço do Agronegócio de Minas Gerais – 2023 -, estudo elaborado pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o Estado produziu, em 2022, 116,6 mil toneladas de morango.
No ranking dos municípios, Pouso Alegre aparece como o maior produtor da fruta, seguido por Bom Repouso, Espírito Santo do Dourado e Estiva. A área cultivada em Minas Gerais é de 2,6 mil hectares.
Os dados da Emater-MG mostram que o Sul de Minas é responsável por cerca de 90% da produção total do Estado. A região de Pouso Alegre, que abrange 2.681 hectares, representa 87,5% da safra mineira.
“De fato, o Balanço do Agronegócio da Seapa ratificou o bom desempenho de Pouso Alegre e região como importantes produtoras. Conforme o balanço, Minas é o maior produtor nacional de morangos, sendo Pouso Alegre o maior de Minas. A cidade também se destaca na produção de mandioca, sendo a terceira maior produtora. Pouso Alegre produz ainda batata-inglesa, mandioquinha salsa, arroz, feijão, milho e soja. Mas, as melhores colocações são, de fato, o morango e a mandioca. Isso demonstra que a cidade tem um agro forte”.
Ainda segundo Costa, a produção é uma importante geradora de rendas e contribui para a fixação das famílias no campo. Isso porque a produção de morangos acontece em propriedade pequenas, na maior parte, conduzida pela agricultura familiar.
“O Sul de Minas tem 50% da área plantada de morango do País, são quase 3 mil hectares na região de Pouso Alegre e 12 mil produtores. Do total da área, 70% são de pequenas propriedades, com cerca de meio hectare e com mão de obra familiar. A atividade gera um volume de empregos muito importante. São cerca de 15 mil na região produtora”.
PRODUÇÃO DE MANDIOCA DEVE CRESCER NOS PRÓXIMOS ANOS
No caso da mandioca, conforme os dados da Seapa, a produção mineira somou 572,6 mil toneladas em 2023. As maiores cidades produtoras são Cachoeira de Minas, Rio Pardo de Minas, Pouso Alegre e Monte Alegre de Minas.
Costa ressalta que o principal impulso para a produção relevante de mandioca em Pouso Alegre é a fábrica da General Mills Brasil, detentora da marca Yoki, produtora de farinhas entre outros itens que utilizam a mandioca como matéria-prima.
“Nós somos o terceiro maior produtor de mandioca do Estado. São cerca de 800 hectares com a cultura em Pouso Alegre, gerando, assim, um volume de produção em torno de 21 mil toneladas. Assim, boa parte da produção atende às indústrias locais. A expectativa é de aumento da área plantada. Temos a General Mills expandindo, o que demandará um maior volume”.
Para estimular a produção agrícola e atrair novas indústrias, o município investe na área rural, com a pavimentação de 100 quilômetros de estradas. “O investimento é importante para facilitar o escoamento da produção, para estimular a continuidade dos cultivos, gerando, então, renda e ajudando a fixar as pessoas no campo”, disse Costa.
