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OSSADA HUMANA

PM dá detalhes de como foi encontrada a ossada humana em pasto no Yara

Restos mortais serão enviados para exames no IML da Polícia Civil em Belo Horizonte

Publicado em 13/06/2024 às 11:03

Assim que o IML recebe a ossada, a equipe de antropologia inicia os exames (Foto: Ilustraçao/PC )

Na manhã desta quinta-feira (13) a assessoria de comunicação do 20º Batalhão da Polícia Militar passou informações detalhadas de como foi encontrada a ossada humana, alvo de notícia no PORTAL DA CIDADE na noite de ontem (12). 

As informações passadas são de que nesta quarta-feira (12), por volta das 16h30, a Polícia Militar foi acionada para atender a uma ocorrência de encontro de cadáver no bairro Jardim Yara, em terreno que margeia a Av. Perimetral, de propriedade do Exército.

Relata a PM que no local, um homem de 72 anos informou que ele e um amigo que o acompanhava, de 53 anos, estavam passando por um pasto para acessar o bairro Jardim Yara, quando avistaram a ossada próxima a um trilho. De imediato, entraram em contato com a PM através do 190.

A guarnição policial verificou que a ossada humana já estava em decomposição e parcialmente destruída por fogo. Os ossos não se encontravam em ordem, com o crânio separado do corpo e partes do esqueleto espalhadas pela área. Ao lado de alguns ossos, um par de chinelos e um vidro de remédio para asma foram encontrados.

A perícia da Polícia Civil foi acionada para realizar os trabalhos técnicos. O perito iniciou os levantamentos no local e, em uma análise preliminar, identificou a ossada como sendo provavelmente de uma mulher. No entanto, a causa da morte e a idade da vítima ainda são desconhecidas.

O terreno onde a ossada foi encontrada pertence ao Exército Brasileiro, que também foi acionado pela PM. O supervisor de dia do 14º GAC compareceu ao local e acompanhou os trabalhos da perícia.

Em razão da complexidade do caso e da área onde a ossada foi encontrada, a Polícia Federal também foi acionada para auxiliar na investigação. A Polícia Civil, que já estava no local, dará continuidade aos trabalhos. 


EXAMES 

Por sua vez, a Polícia Civil informou que os restos mortais serão encaminhados para exames, buscando a identificação. No momento não é possível definir a idade e sexo da vítima. 

Esses exames serão feitos pelo Serviço de Antropologia Forense do Instituto Médico Legal (IML) em Belo Horizonte. Não há prazo determinado para que sejam concluídos, pois muitas vezes dependem de coleta de material genético para assegurar a identificação. 


O SERVIÇO 

Um dos trabalhos investigativos mais importantes realizados pela Polícia Civil de Minas Gerais é o de antropologia forense, que realiza exames em ossadas, corpos carbonizados e segmentos corpóreos, uma ciência que contribui decisivamente para elucidar crimes. O serviço exige grande capacitação, conhecimento e curiosidade científica, para atender a toda a demanda do estado. 

Quando um cadáver não pode ser identificado, ou se apresenta como ossada, não sendo possível a identificação por meio de impressões digitais, documentação ou características físicas, o Serviço de Antropologia é acionado para fazer o reconhecimento do corpo em quatro passos: identificação da espécie, perfil antropológico, causa mortis e reconhecimento. 

Para determinação da etnia, observa-se a forma do crânio, mensurando os índices cranianos, ângulo facial e abertura nasal. A idade pode ser percebida analisando os dentes, que têm uma época própria para o surgimento e ritmo de crescimento próprio, levando-se em conta a primeira e a segunda dentições, a partir dos cinco meses de nascido. Também é possível estimar a idade por meio da mineralização dos ossos da mão ou das suturas cranianas que vão desaparecendo com o tempo. 


CAUSA DA MORTE

Em uma ossada ou corpo carbonizado é quase sempre impossível definir a causa mortis por não restar vestígios aparentes. Somente quando restarem lesões profundas, traumas cranianos e perfurações contundentes que se pode sugerir algo. O tempo de morte também é bastante difícil, pois depende, sobretudo, de agentes externos ao corpo, como clima e ambiente. 

A partir do perfil antropológico do indivíduo, segue-se a parte mais importante desse processo: o reconhecimento do cadáver, procurando por coincidências e elementos que podem ser verificadas no corpo em análise e também nos relatos, documentos e imagens sobre a pessoa quando viva.

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