Três carros de luxo e uma moto aquática (jet-ski) foram apreendidos pela Polícia Civil na manhã desta sexta-feira (13) em endereço de um influenciador digital de 29 anos, na cidade no Extrema, no Sul de Minas. Ele é investigado na operação Layering por práticas de jogos de azar online, estelionato, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, devido ao envolvimento no jogo “Fortune’s Tiger”, conhecido como “Jogo do Tigrinho”.
Esta é a segunda etapa da operação da Polícia Civil com foco na contravenção de jogos de azar. A equipe da Delegacia de Extrema cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do investigado, em um condomínio, que resultou na apreensão de automóveis, incluindo modelo importado, moto aquática, aparelhos celulares e laptops. O suspeito está sob medidas restritivas, como deslocamento e contatos, determinado pela Justiça, após pedido do delegado de Polícia Civil Lucimário Carmo dos Santos.
O crime é uma modalidade de jogo de azar, proliferado na internet e similar ao conhecido como “caça-níquel”. O Jogo do Tigrinho é um tipo de jogo de azar, que recebe esse nome porque o ganho ou a perda de dinheiro dependem da sorte, e não do desempenho do jogador. Assim, jogos desse tipo são considerados uma forma de exploração financeira, proibidos no Brasil desde a década de 1940.
As investigações mostraram que o suspeito veicula e difunde o jogo. Com apurações, foi possível identificar que o jovem ostenta elevado estilo de vida, como a utilização de veículos automotores e aquáticos de luxo, viagens, residência em casa localizada em condomínio fechado, entre outros. As investigações revelaram que o influenciador de Extrema teve uma ascensão financeira muito rápida, incompatível com suas atividades legais. Segundo a polícia, ele trabalhava há pouco tempo como motoboy e, de repente, passou a ostentar uma vida de luxo, carros de alto valor e até uma moto aquática avaliada em R$ 170 mil. O investigado justificou seu padrão de vida com ganhos de seu engajamento no aplicativo de rede social Instagram.
Com as análises de computadores apreendidos, foi possível encontrar diálogos pelo aplicativo Whatsapp, com pessoas que utilizam dispositivo com código de área da China. Nestas conversas, o investigado negocia recebimento proporcional às perdas dos jogadores virtuais. O delegado também pediu pela quebra dos sigilos fiscal e bancário do investigado.
A investigação está em andamento há seis meses e em uma das etapas houve cumprimento de mandados de busca em Guarulhos, interior de São Paulo, e também em Extrema, com a operação Smurfing, em fevereiro deste ano. Na ocasião foram apreendidos aparelhos celulares, encaminhados ao Instituto de Criminalística para possível decodificação da senha de bloqueio de tela.
