A suspensão temporária da empresa de transporte de passageiros Gardenia, de operar linhas intermunicipais, já está causando efeito em seu quadro funcional. Nesta quarta-feira (22) a viação anunciou a dispensa de 60 funcionários lotados em Pouso Alegre, Itajubá e Poços de Caldas. Os trabalhadores foram comunicados das demissões durante uma reunião com prepostos da companhia.
O atendimento da Gardenia a essas linhas foi temporariamente cancelado e atualmente é feito pela Viação Santa Cruz.
Segundo a concessionaria de tranporte, o motivo da dispensa em massa é a interdição temporária das operações em linhas intermunicipais. A empregadora alega que sem a geração de receita, não há como manter os trabalhadores. Além disso, a medida também faz parte do processo de reestruturação iniciado desde quando foi notificada pela Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra) e o Departamento de Estradas e Rodagens (DER-MG). Desde então, a maioria das linhas operadas pela Gardenia passaram a ser atendidas por outras empresas até outubro, ou quando a concessionária se adequar e conseguir cumprir as exigências de contrato.
A empresa informou que as demissões serão oficializadas até o final da semana e que tudo será efetivado com acompanhamento do sindicato da categoria e da Justiça do Trabalho.
PROBLEMAS HÁ MUITO TEMPO
A empresa de ônibus Gardenia enfrenta dificuldades operacionais nos últimos anos. Em novembro do ano passado, a Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) pediu à Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) a caducidade, ou seja, a rescisão, do contrato com a empresa de ônibus Gardênia, que atende 107 municípios no Sul de Minas, transportando cerca de 2 milhões de passageiros/ano.
Em abril último, após vistoria em seus ônibus e confirmação também do não cumprimento de horários, através da Operação Ponto Final, o atendimento à maioria das linhas intermunicipais foi suspenso. O Sul de Minas foi a região mais afetada. O atendimento de linhas foi passado emergencialmente a outras companhias, por um prazo de 180 dias ou até que seja comprovada a reestruturação da Gardenia e que ela tenha condições plenas de atendimento à população.
